terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Desempenho dos professores na EJA


Atualmente é comum ver adolescentes em idade escolar regular, freqüentando as salas de EJA, devido muitas vezes as múltiplas repetências, e em alguns casos por terem ingressado tarde na escola, e para não ficarem misturados ( por serem maiores) com as crianças, são inseridos na EJA.
Quando entramos em uma sala de EJA, podemos perceber uma diversidade de realidades, levando em consideração primeiramente a variedade de faixas etárias, em que se encontram pessoas idosas que nunca tiveram chances de estudar, e estão em busca da sua alfabetização, adolescentes como já mencionado acima com múltiplas repetências ou até mesmo adolescentes que na idade certa de cursar determinada série, não dava valor a mesma, fazendo bagunça e “matando” aula, mas por perceberem a importância dos estudos retornaram e acharam seus lugares garantidos na EJA.
E é pensando nestes casos todos que os professores da EJA devem focar suas aprendizagens, afim de promoverem um ensino significativo para estas pessoas que estão se “dando” uma segunda chance.
“ O grupo de professores- e o professor de cada sala em particular- precisa ter em conta que sua prática pedagógica não pode se esgotar na relação conteúdo-rendimento-indivíduo, que essa prática pode alcançar o desenvolvimento da pessoa integrada e completa, fortalecendo a postura de cada um e a consciência do grupo enquanto cidadãos e priorizando o respeito por si mesmo e pelos outros”( Texto: A escola pública como lócus de formação do jovem e do adulto, pg. 7)
É desmotivador para o aluno ver que seu professor não está exercendo seu papel com prazer, e é a partir disto que muitos alunos evadem, por verem que a escola não atingiu suas expectativas no que se refere a ensino-aprendizagem.
A partir da minha observação pude refletir no quanto a EJA é diferente do que eu pensava, pois não percebi em momento algum a professora incentivar a turma e ensinar com vontade de colher frutos, parecia que tudo era pura e simplesmente para cumprir uma “obrigação”(carga horária). A sala de aula tinha vários perfis, mas cada um no seu espaço sem nenhum momento de interação, para trocas de experiências.
“O convívio entre diferentes faixas etárias, do jovem com o aluno adulto pode ser enriquecedora, se estiverem incluídas as necessidades do aluno jovem: tanto no que diz respeito à maior necessidade de movimentação na sala, quanto a seu ritmo de aprendizagem, priorizando atividades que estimulem parcerias, em lugar de competição com os mais velhos, organizando atividades que promovam a reflexão sobre os valores e as condutas e que propiciem a formação de vínculos positivos e respeito à forma de pensar, agir e sentir do outro.”( Texto: A escola pública como lócus de formação do jovem e do adulto, pg.6)

Os professores precisam conhecer a turma que estão trabalhando, suas dificuldades, para a partir daí fazer um planejamento que contemple ambos, não basta apenas chegar em sala de aula e improvisar o que vai ser trabalhado naquele dia, sem nem ter conhecimento do grau de dificuldade e dúvidas( de falta de compreensão) que poderão surgir, pois
“Aprendizagens na escola- não devem acontecer por acaso, de maneira anarquica, mas sim a partir de atividades planejadas, através de modos de avaliação definidos, em anos e séries estabelecidos.” (SEFFNER, pg.64)
Desta forma, todos os professores devem ir a busca de métodos de ensino contextualizados e planejados, que busquem desenvolver as capacidades dos alunos, que por vezes acabam escondidas nos ensinamentos sem sucessos que alguns professores insistem em transmitir, pois não podemos deixar que pessoas que descobriram ou redescobriram a escola depois de muito tempo, acabem se desmotivando e retornando a uma vida sombria onde tudo era um mistério e desconhecido.

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