segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O ensino da geografia nas escolas

Esta análise reflexiva foi elaborada a partir dos textos “Ler e escrever a geografia para dizer a sua palavra e construir o seu espaço” e “Ler a paisagem, o mapa, o livro...Escrever nas linguagens da geografia”, extraídos da obra “Ler e Escrever – Compromisso de todas as áreas”, organizado por Iara Conceição Bitencourt Neves, Jusamara Vieira Souza, Neiva Otero Schäffer, Paulo Coimbra Guedes e Renita Klüsener.

- ANÁLISE REFLEXIVA

O ensino da geografia nas escolas tem se alicerçado em conteúdos pré estabelecidos como: relevo, clima, vegetação, população e economia dos lugares, que são abordados de forma solta, ou seja, o professor repassa informações contidas nos livros didáticos sem fazer com que os alunos pensem além daquilo que está escrito neles.
Para que a criança aprenda geografia e utilize esse conhecimento no seu dia-a-dia, é necessário que o professor ensine de uma forma contextualizada, fazendo assim com que seu aluno consiga estabelecer relações daquilo que está aprendendo com aquilo que ele presencia em seu cotidiano.
Uma das preocupações dos professores é a de “vencer os conteúdos” e por isso, acabam apenas repassando as informações contidas nos livros, sem ao menos trocar idéias ou conhecimentos com seus alunos. Ao apenas repassar as informações, fica bastante difícil que o aluno, por si só, estabeleça as relações daquilo que foi ensinado com aquilo que ele percebe em seu dia-a-dia. Para que o aluno consiga fazer a leitura da paisagem, é preciso que o professor saia do conceito de mera reprodução do que está visível, fazendo uma prévia leitura desse local
É preciso que os professores compreendam que a geografia não pode ser ensinada abordando apenas conteúdos geográficos, pois o espaço é resultado da ação do homem e está em constante transformação. Compreendendo o que está por trás desse espaço, fica mais fácil da criança, do jovem e do adulto, no caso da EJA, estabelecer relações com o mundo em que vive. A escola precisa conscientizar-se de que fazemos parte de um universo globalizado, com diferentes linguagens e códigos, e deste modo, precisa interagir com todas elas, através de diálogos.
A leitura (conhecimento e interpretação do espaço geográfico) e a escrita (representação deste espaço), em geografia, fazendo interface com outras disciplinas, permite ao aluno adquirir uma visão de mundo, reconhecendo e estabelecendo seu lugar no espaço geográfico, inserindo também a noção de uma possível exclusão.
Quando o professor ensina geografia, deve instigar seus alunos a lerem o mundo, ou seja, a observarem os espaços e perceber que aquele lugar tem influências históricas e que aquilo que ele está observando é o resultado da sociedade em que vivemos. Além disso, o educador deve proporcionar um momento de conversas, de trocas entre ele e os alunos, buscando fazer com que todos participem e posicionem-se diante daquilo que está sendo abordado.
Um dos objetivos da EJA é a formação de cidadãos, sendo assim, é necessário que esses estudantes sejam estimulados a dominar a palavra escrita para o conhecimento de si e do mundo, resgatando, desta forma, sua identidade e construindo sua cidadania.
Na leitura da geografia, tanto para a criança, quanto para jovens e adultos, deve-se valorizar as experiências vividas, trabalhando através de diversas fontes (texto, música, produção de mapas, etc), de forma problematizadora e reflexiva, instigando, desta forma, a criatividade e a curiosidade, estabelecendo a autonomia do pensar e do fazer.
Enfim, para que o ensino de geografia tome outro rumo senão o da disciplina “ decorativa”, é preciso que os professores conscientizem-se de que muitas mudanças são necessárias e que estas somente serão efetivada quando eles trouxerem para dentro da sala de aula o mundo de fora dela.
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Ciências na escola



Síntese do capítulo de Ciências do livro “Ler e escrever : Compromisso de todas as áreas”
O domínio da linguagem escrita divide a humanidade em analfabetos e alfabetizados. Apesar de alfabetizadas, um grande número de pessoas em nossa sociedade não têm o hábito da leitura, a não ser dentro do ambiente escolar. A comunicação visual é predominante, principalmente a televisiva.
Enquanto que o livro nos permite refletir sobre o que foi escrito, a televisão nos apresenta informações prontas, ou seja, interpretadas, já discutidas e concluídas. Desta forma, a maior parte da população é induzida a pensar da mesma forma, sem refletir sobre o que foi dito.
Na escola, temos o hábito de utilizar a escrita desde as séries iniciais, quando somos alfabetizados. Mas, mesmo assim, com o passar do tempo, verifica-se que os alunos têm um vocabulário pobre, apresentam dificuldades de compreender o sentido de algumas frases, de utilizar os sinais de pontuação, dentre outros. Desta forma, podemos dizer que a leitura e a escrita não devem ser praticadas apenas nas aulas de português e de literatura, como de costume, mas sim em todas as outras disciplinas, fazendo assim com que os alunos escrevam mais, ampliando suas habilidades orais e escritas.
Nas aulas de ciências naturais, pode-se solicitar que os alunos elaborem questionários e apontamentos, além de interpretar e construir representações gráficas diversas.
A construção semântica das palavras utilizadas em ciências naturais deve ser abordada em sala de aula, pois existem termos que possuem um conjunto de significados socialmente compartilhados e devemos considerar que esses significados nem sempre são os mesmos na concepção das pessoas que participam de um grupo.
A linguagem utilizada na ciência escolar diferencia-se da linguagem utilizada cotidianamente pelos alunos, pois é uma linguagem específica e objetiva, próxima da escrita. Ela enfatiza um trabalho científico e geralmente é apresentada de modo impessoal e explicativo, através de conceitos. Desta forma, dependendo de como ela é trabalhada, ao invés de possibilitar a ampliação da leitura de mundo pelo aluno, ela possibilita a construção de um novo mundo, o mundo das ciências, que possui apenas palavras próprias, desconhecidas por eles até o momento.
Para que o aluno consiga ler o mundo a partir das ciências, é necessário que o professor estabeleça relações significativas entre o conhecimento científico ensinado na escola e a ciência e tecnologias presentes no nosso cotidiano.
O termo alfabetização em ciências vem sendo utilizado por muitos autores, devido à necessidade percebida em fazer com que a ciência escolar possibilite ao indivíduo fazer uma análise crítica dos fatos que ocorrem no cotidiano, veiculados pelos meios de comunicação.
Também é necessário que o professor mostre que a ciência não é detentora da verdade, nem mesmo neutra.
Enquanto a tecnologia e a ciência evoluem, nós, na maioria das vezes, recebemos as informações sem compreendermos o que elas significam, como por exemplo, no caso dos rótulos dos produtos que consumimos diariamente, nos quais existem uma relação de termos científicos que, apesar de termos acesso, seus significados não são abordados no nosso cotidiano, nem mesmo na escola.
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